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sexta-feira, 9 de maio de 2014

Afeto em Espinoza: esperança

É preciso olhar para esses conceitos levando em conta que o Espinoza divide todos os afetos entre grupos de alegria e de tristeza, em que a alegria é tudo aquilo que tendo provocado o corpo, o potencializa; e a tristeza, tudo aquilo que, tendo provocado o corpo, o diminui ou reprime em seu potencial de ação. Ele diz:

"Qualquer coisa, pode ser, por acidente, causa de esperança ou de medo." já que para ele, não há esperança sem medo, nem medo sem esperança. Isso caracteriza uma tensão de afetos: uma flutuação da alma (ou do ânimo).

Sobre a oposição (explícita) entre esperança e nostalgia, eu me equivoquei (apesar de me fazer sentido). Ele faz um paralelo entre esperança e medo, na verdade:

"Com efeito, a esperança não é senão uma alegria inconstante, surgida a partir de uma imagem de uma coisa futura, de cuja realização duvidamos. Por outro lado, o medo é uma tristeza inconstante, surgida também a partir de uma imagem duvidosa. Se desses afetos se suprime a dúvida, a esperança resultará em segurança, e o medo resultará em desespero. A satisfação é uma alegria surgida a partir da imagem de uma coisa de cuja realização duvidávamos."

Achei um artigo interessante que fala da flutuação:
http://www.fflch.usp.br/df/espinosanos/ARTIGOS/numero%2018/valeria18.pdf
"A flutuação do ânimo ocorre por obra da variação do conatus, ou seja, do esforço do indivíduo de perseverar na existência em seu duplo aspecto: mecânico (para manter a relação de movimento e de repouso que o caracteriza) e dinâmico (para aumentar sua potência de agir)"

... e outro Sobre o medo e a esperança em Espinoza:
http://uninomade.net/wp-content/files_mf/113003120859Sobre%20o%20medo%20e%20a%20esperan%C3%A7a%20em%20Baruch%20de%20Espinosa%20-%20Gerardo%20Silva.pdf


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