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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Então vou escrever sobre a experiência: o vivido. O misturado. A percepção sobre a experiência que chegou do dia de ontem, que se iniciou com um aquecimento mais sistemático. O tempo de execução dos movimentos estabelecidos pelo condutor do movimento. Ainda percebo minha ansiedade em relação a executar movimentos que não são meus. É uma ansiedade que precisa ser trabalhada. São vários fatores que estão em jogo para mim: o movimento, o tempo de cada movimento, a coreografia, a propriopercepção, a dificuldade que ainda existe. O processo. O exercício de presença sobre aquilo que se quer descobrir, aprender, experimentar, desconstruir, desautomatizar, arriscar-se em busca da consciência do que se faz. Presença. Aquecemos com movimentações já experimentadas, isso me fez perceber o como meu corpo estar diferente em relação a essas experiências de movimento. É a apropriação a partir do vivido, a inteligência que o corpo adquiri com a experiência. E isso é o tempo. O processo. Depois partimos para exercícios de foco e espacialidade, em que tínhamos que executar a partitura tanto para o lado esquerdo quanto para o direito. Também trabalhamos o detalhe de execução do movimento, onde ele se inicia e onde ele se finaliza. A percepção que tenho é que o engajamento é a potencialidade para execução do movimento. Quanto mais me engajo em algo mais destrincho suas potencialidades. Mas percebo que isso ainda é um trabalho tímido em mim, quando tenho que exercitar o movimento por coreografias me sinto escondendo atrás das pessoas pra poder executar a coreografia, senão não me acredito. Mas isso tá melhorando com o tempo. Mas tenho percepção que isso é um exercício também de libertação, até pra dizer que não gosto de coreografias, mas me desafio nelas. Tem dias que é mais gostoso, outros nem tanto e faz parte do meu processo. Passado o aquecimento, partimos para experimentação da rede no aglomerados. Repetimos inúmeras vezes a rede para perceber o momento de encontros, os nãos encontros, a composição que era possível com os corpos que andavam e procuram algo que pode se dar ou não no encontro. Às é um desistir que gera outra coisa, outras vezes é o encontro interessado que gera a profundeza, mas no fim tudo gera uma escolha. Executei eternamente a topografia do Lupe, e a partir disso fui criando minha conexão com espaço e com os possíveis encontros. Muitas possibilidades foram surgindo na experimentação, mas percebemos que é preciso estabelecer certas ordens para que fixemos encontros potentes que surgiram durante experimentação. Trabalho de apropriação do que se faz mesmo. Depois experimentamos a dancinha do final da rede que desemboca na euforia coletiva. Dessa vez o Gustavo ia falando coisas sobre si (?) para os casais que poderiam olhar pra ele, mas o interesse era pouco. No mais a relação era de não escuta pela figura do Gustavo, e também poderia ser da parte dele? O que me interessa no outro? Depois de finalizada a dança dos casais e a dança coletiva o Ricardo ia falando coisas curtas e desconexas sobre a vida, que ora fazia sentindo, outras eram bla blas. Me deu muita sensação de uma pessoa que fala simples em que muita verdade é dita sem precisar de uma erudição sobre o que se pensa.

A descrição do vivido de ontem tá misturado com minha experiência, não consegui fugir disso.

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